REGENERAÇÃO NATURAL EM ÁREA DE EXPLORAÇÃO DE CASCALHO APÓS 16 ANOS DE REFLORESTAMENTO

Resumen

Estudos sobre a dinâmica de ecossistemas em processos de restauração são necessários para verificar se eles estão seguindo a trajetória esperada, com análises, por exemplo, da comunidade vegetal. O objetivo deste estudo foi analisar a regeneração natural da vegetação arbustivo-arbórea em uma área degradada por exploração de cascalho, após 16 anos de reflorestamento. A área está localizada próxima à Usina Hidrelétrica de Camargos, de propriedade da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), em Itutinga, Minas Gerais. Foram avaliadas 40 parcelas, distribuídas sistematicamente em dez transecções, perfazendo área amostral de 200 m². Foram inclusas no inventário todas as espécies arbustivas e arbóreas que apresentaram altura maior ou igual a 10 cm. Após identificação, as espécies foram classificadas em síndromes de dispersão e grupo ecológicos sucessionais. Para verificar se existe variação dos atributos da regeneração natural em função da distância do reservatório foram feitas análises de regressão linear, e para compreender como esses atributos variam em função de variáveis edáficas, distância do fragmento próximo e parâmetros das espécies plantadas foram realizadas análises de regressão múltipla. Essas variáveis explanatórias também foram utilizadas para explicar a composição florística. Na avaliação da influência de parâmetros do estrato arbóreo sobre a regeneração, foi calculado o índice de correlação de Pearson. Foram registradas um total de 40 espécies, sendo a família Fabaceae detentora da maior riqueza florística. Verificou-se que as variáveis riqueza, densidade e altura da regeneração foram influenciadas pela distância do reservatório da hidrelétrica e pela infestação de gramíneas exóticas invasoras. O estudo sugere que a regeneração natural seja progressivamente considerada, em razão da redução de custos nos projetos de restauração, agilidade no processo de cobertura do solo e aumento da diversidade e serviços ecossistêmicos.