O LUGAR NO ENSINO DE GEOGRAFIA: reflexões a partir de Paulo Freire e Milton Santos

Resumo

Esta análise se propôs a compreender os sentidos do Lugar no ensino de geografia a partir das reflexões de Freire (Ideologia e Educação: reflexões sobre a não neutralidade da Educação, 1981; Sobre Educação (Diálogos), 1984; Pedagogia do oprimido, 1987; Educação como prática da liberdade, 2007; Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa, 1996) e Santos (A natureza do espaço, 2012a; Da Totalidade ao Lugar, 2014; Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal, 2015). O objetivo principal foi investigar como esses autores retratam o lugar nos seus escritos a partir da abordagem qualitativa. Entende-se que esse lugar precisa se conectar à realidade vivida pelos educandos e que o mesmo se relaciona a outras escalas geográficas, como o espaço e a paisagem. Considera-se que esse mesmo processo de entender o lugar no ensino é uma construção social e histórica diante de uma realidade passível de ser compreendida e transformada. O trabalho baseia-se em pressupostos da teoria da aprendizagem crítica libertadora de Freire e na geografia crítica de Santos, considerando crucial o viés histórico dialético para compreensão dos antagonismos presentes no espaço vivido. Aborda as práticas educativas do ensino de Geografia a partir de uma realidade comum aos sujeitos. Entende que esses sujeitos são capazes de compreender a sua realidade e nela atuar para a transformação do espaço onde vivem. Há, portanto, a necessidade de identificar nos contextos das escolas as diversas geografias do lugar, permitindo a aproximação dos conceitos estudados com a realidade vivida pelos sujeitos.